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Sede da CAF - Corporación Andina de Fomento


Montevideo, a cidade e suas bordas...sobre estas premissas – territoriais e culturais, se estabelecem as bases conceituais para o projeto da nova sede da CAF. Uma arquitetura de importante permeabilidade a partir de um jogo de planos e volumes horizontais, uma peça que materializa a interface entre o edifício e espaço público, o construído e o não construído, entre terra e água.

A escala da cidade

Existe um sistema de espaços públicos construído a partir da sequência de praças e ruas da cidade. Neste sistema, a ‘rambla’ e a consequente relação cidade-mar são pontos culminantes. O terreno do projeto é parte dessa sequência onde passa a se definir como princípio ou fim. É aqui que a cidade é redescoberta pelo usuário-cidadão de um novo modo, associando a relação do conceito terra-água. Desse modo, para o visitante que chega a partir da cidade e de sua centralidade, o edifício emerge suavemente, quase de modo topográfico até se converter numa praça horizonta, frente ao mar: a última ou a primeira plataforma que une terra e água.

Eixos e traçados urbanos

Existem dois elementos principais que determinam o traçado urbano deste lugar: o eixo urbano que nasce no Teatro Solís e a presença da linha resultante da Calle Ciudadela. É a partir destes dois eixos compositivos que surgem os traçados reguladores das geometrias utilizadas no projeto.

O projeto define a sede da CAF como a interface entre a cidade e o mar. Uma peça física e espacial que, ao invés de um limite, constrói um nexo entre ambos. Em oposição a esta alternativa de criar um edifício-barreira, o projeto se concebe como uma superfície, um plano topográfico a partir do qual o projeto nasce, se modela, comunica, flui, flutua sobre um solo requalificado e ressignificado sobre seu potencial de espaço público ativo.

Nos níveis inferiores estão os usos públicos de cinema e serviços. Nos níveis superiores as áreas administrativas do Banco e as salas de convenções.

Sistema construtivo

São preservados 76% da estrutura existente. O novo projeto se adapta aos níveis existentes através de adições e subtrações.

A estrutura do subsolo existente está formada por elementos ortogonais de concreto armado. Com pequenas demolições se construirão seis núcleos vazios de concreto desde o estacionamento que tocarão a estrutura existente e também receberão os novos elementos construídos.

A nova estrutura será metálica com um sistema misto de armaduras e vigas vierendel” aproveitando toda a altura entre os pisos que ficarão em balanço. Sobre esse sistema se apoiará uma cobertura leve metálica construída com uma malha tridimensional.

Fachadas

As quatro fachadas serão construídas com uma segunda superfície que se estabelece como filtro para a radiação solar das orientações leste e oeste. Assim, uma combinação reduzida de materiais fortalece a potência de uma forte ideia de continuidade e sucessão de espaços horizontais e contínuos. São estes: concreto aparente, vidro, metal.

Sustentabilidade

Propõe-se um edifício com sistema de reuso de água pluvial para os serviços de limpeza e manutenção, assim como a irrigação das áreas verdes e áreas cinzas. Junto a isso, propõe-se o uso de aquecimento solar localizado na grande cobertura para abastecer a área da cafeteria, bar Fun-Fun e demais banheiros do edifício. Para economia de energia, estão previstas placas com células fotovoltaicas em conjunto com um medidor bidirecional.


Concurso Público Nacional de Anteprojeto Arquitetônico para Sede da CAF (Corporación Andina de Fomento)

Local: Montevideo, Uruguay
Ano: 2012
Área do Terreno: 10.487 m²
Área do Projeto: 16.745m²

Autores:
Daniel Corsi
Dani Hirano
Julio Gaeta
Luby Springall
Gabriel Cesar Santos

Colaboradores:
André Ko, Anna Juni, Brenda Ceja, Caroline Jun, Marina Nunes


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