Um edifício que anuncie a criação de um lugar, para que nele a instituição ali abrigada revele-se em sua total plenitude. Uma praça interna capaz de integrar e articular as intenções daqueles que por ela circulam. Um espaço onde, a cada um, são apresentadas as oportunidades buscadas de maneira transparente e incontestável.

Partido Arquitetônico

O projeto é definido por duas condições primárias: a criação de um lugar de integração dos espaços destinados ao Centro de Referência em Empreendedorismo e a integração deste com os demais edifícios formadores do complexo do SEBRAE-MG. A partir da criação de dois eixos perpendiculares entre si, torna-se possível a integração das funções internas, assim como a articulação dos acessos e conexões de todo o complexo. O primeiro e mais importante destes eixos se configura como extensão do acesso principal pela Av. Barão Homem de Melo, conectando-o à Rua Boturobi. Um espaço de grandes proporções, o Foyer mostra-se como lugar integrador, capaz de revelar ao visitante, já no momento de sua chegada, a essência do Centro de Referência, e expressar através de seu desenho, luz e materiais o caráter inovador da instituição. O Foyer, para onde tudo converge, é definido por dois níveis: Térreo e 1º Pavimento, integrados visualmente pelo grande vazio central e evidenciando seu caráter unificador de todo o conjunto. No segundo eixo, paralelo à Av. B. H. de Melo, se estendem todas as circulações horizontais e verticais. No seu cruzamento com o eixo do Foyer, o usuário é direcionado de um lado para as funções do Centro de Referência, e do outro para a praça externa que o leva aos outros edifícios do SEBRAE-MG. Passarelas, escadas e rampas cruzam o espaço principal conectando o Foyer ao hall do Centro de Referência também iluminado pela cobertura.

Implantação / Programa / Circulação

A implantação do conjunto busca o maior aproveitamento da superfície do terreno, assim como sua acomodação na topografia existente. O programa é distribuído de maneira eficiente e funcional, resultando num edifício horizontal. O acesso principal do conjunto se dá pelo novo edifício, tendo como principal entrada a Av. B. H. de Mello e um acesso secundário pela Rua Boturobi, preservando o controle dos estacionamentos pelo Bloco 4 (Guarita), de modo a facilitar e garantir a segurança do edifício.

Definido por uma volumetria compacta, o edifício se organiza horizontalmente em duas faixas de programa integradas pelo Foyer: funções exercidas pelo Centro de Referência, e funções de caráter coletivo (restaurante, convivência, conexões). Verticalmente o programa organiza-se em quatro níveis. No térreo encontram-se os usos da Área de Treinamento (Salão Multiuso), formando um só espaço com o Foyer e áreas de exposições, além de poderem ser usados de modo independente do resto do edifício. O 1º Pavimento, definido pelo espaço de articulação, direciona os visitantes para a Área de Atendimento e exposições, bem como o restaurante e praça externa de conexão. No 2º Pavimento estão as Unidades Técnicas e área de convivência. Na Cobertura encontra-se o programa do Conselho Deliberativo, e terraço voltado para o centro do complexo.

A praça externa no centro do complexo une o novo Centro de Referência com todas as estruturas físicas existentes, bem como o novo bloco de salas de aula da ETFG implantado no terreno indiviso, facilitando a circulação dos usuários pelo conjunto. Visando um número mínimo de subsolos, o estacionamento se utiliza da extensa superfície do terreno se dividindo em dois pavimentos, além de readequar as vagas existentes do conjunto.

Estrutura / Instalações

Para uma execução rápida e econômica da obra, o processo de construção se define por tecnologias e materiais de máxima industrialização. O edifício foi concebido com sistema construtivo misto: concreto armado no embasamento (Subsolos e Térreo) e metálica nos níveis superiores (1º; 2º. e Cobertura), representando total flexibilidade funcional. Nos halls, perfis metálicos e vidro cobrem os vazios de iluminação natural. As fachadas possuem o fechamento de caixilhos de alumínio e vidros com serigrafia além de superfícies metálicas perfuradas onde necessário para maior proteção contra insolação. O edifício está dimensionado para receber suas devidas instalações em forro, piso e shafts verticais, não prejudicando de nenhum modo a boa qualidade dos espaços.

Ecoeficiência / Conforto Ambiental

A proposta prioriza todos os aspectos referentes à sustentabilidade, economia de recursos e acessibilidade universal, privilegiando a qualidade dos espaços de trabalho. O pé-direito livre de 2.70m e estando as salas dispostas diretamente nas fachadas, geram uma redução significativa da utilização de energia e ar condicionado devido ao alto aproveitamento da iluminação e ventilação natural. As fachadas são constituídas por uma única pele de vidro serigrafada em diferentes proporções conforme a sua orientação e incidência solar, criando uma eficiente proteção contra radiação e colaborando para a eficiência energética. A utilização deste ‘brise-soleil’ contemporâneo faz enaltecer a imagem da arquitetura do edifício faz com que o edifício mantenha sua força e simplicidade. A reutilização de águas servidas é feita através de espelhos d’água na cobertura, sendo providas de tecnologia de tratamento e reserva no subsolo para sua devida reutilização. O projeto contempla ainda a possibilidade de gênese de recursos de energia renovável, seja através da cobertura ou até mesmo das próprias fachadas. Junto a isso, todo entorno do novo edifício a proposta paisagística contempla uma vegetação confere maior proteção e cumprimento dos aspectos eco eficientes ao conjunto.

Integração

Refletindo as condições apresentadas, o edifício proposto gera uma condição de integração completa. Primeiro pelo o seu próprio interior, definido através do hall central unificador do funcionamento e significado do Centro de Referência.  Depois pelo espaço de interação da praça externa no centro do complexo. Por fim, a integração com o entorno imediato, relacionando-se com o contexto urbano através de seu desenho e volumetria de composição simples e sintética. Uma arquitetura contemporânea que se relaciona com o cliente ou visitante de modo revelador e convidativo, considerando o individual e o coletivo, reflexo de um desígnio intrínseco à reconhecida instituição que ali se encontra, colaborando para conferir-lhe um grau ainda maior de excelência.