Em cidades como São Paulo, cuja paisagem urbana é muito determinada pela iniciativa privada que afeta diretamente nossas relações sociais, é cada vez mais necessário que suas iniciativas superem a noção de meros empreendimentos imobiliários e assumam um compromisso com a construção de empreendimentos sociais capazes de promover encontros mais amistosos entre as esferas públicas e privadas que compõe nossa realidade. É assim que buscamos nesse edifício de apartamentos justas medidas de densidade, escala e organização que contribuam com a atmosfera de vizinhança característica de seu bairro. Respeitando as legislações e potenciais urbanísticos, concebemos uma presença aberta, sem muros e promotora da convivência social. Seu recuo frontal origina um largo para onde se abre a fachada ativa de seu térreo de comércios e/ou serviços: um convite para uma presença de pessoas e atividades urbanas que, por si só, fortalece a instauração de um lugar público mais seguro e cordial. Sobre ele estão quatro pavimentos de habitação definidos pela diversidade: oito tipologias variáveis (55m² a 155m², simples ou duplex, com ou sem terraços) cujas configurações espaciais ampliam a mistura de perfis individuais ou compartilhados que ali podem morar. A qualidade das unidades é enriquecida por varandas de transição entre interior e exterior, além da combinação entre tijolos cerâmicos e madeira. Uma arquitetura que evidencia a importância mútua dos olhares íntimos e coletivos entre a habitação e a cidade.