O projeto para o Campus Universitário de Maldonado propõe a criação de uma nova paisagem arquitetônica em seu contexto, um 'campus verde', estabelecido através de sua espacialidade contínua e uma hipótese de ocupação fragmentada que, através de um eixo principal, distribui no território seus espaços cheios e vazios, além de tornar difusa suas relações entre interior e exterior. Busca-se inaugurar um lugar e não somente um edifício, originando um espaço flexível, possível de ser apropriado pelos estudantes de inúmeras maneiras. Todos seus usos são integrados por uma malha tridimensional definida por uma cobertura que, além de situar suas massas construídas e naturais, faz do campus um espaço de produção de conhecimento. Oito premissas conduzem o projeto:

- Forte relação com a paisagem: conceito de campus verde, conexão, flexibilidade, diálogo com o contexto existente, percursos e cruzamentos.

- Espacialidade contínua: criação de uma situação interior-exterior contínua, alcançada por um espaço sombreado, uma camada espacial compositiva que unifica todo do projeto, controlável em sua densidade e abertura de acordo com cada momento do programa.

- Fragmentação e subtração: recursos projetuais que buscam aproximar arquitetura e paisagem, arquitetura e escala humana, além da compreensão de como a arquitetura pode ser transformada ao longo do tempo.

- Caráter: um edifício aberto, flexível, mutável diante das mudanças no tempo e nos usos, símbolo da materialização de um espaço destinado à educação.

- Orientação: resultado da combinação de uma forte linearidade sugerida pelo lugar e também como recurso para responder às melhores condições bioclimáticas.

- Estrutura em ‘pente duplo’: partido arquitetônico que busca uma abertura fundamental para a paisagem em todas as suas faces, obtendo a contenção e a integração de seus espaços exteriores.

- Linguagem e tecnologia contemporâneas e sustentáveis: em busca do melhor desempenho e do uso racional de recursos é dada a devida atenção às condições bioclimáticas por meio das orientações adequadas, previsão de pérgolas e sombreamentos, reutilização de água de chuva no sistema de irrigação, instalação de células de captação de energia solar, otimização do uso de luz natural e ventilação cruzada nos ambientes.

- Fácil leitura programática: percursos simples e de leitura direta unificam as unidades programáticas.

Com elemento regulador encontramos uma grande cobertura definida por pérgolas que criam espaços exteriores cobertos, semi-descobertos e descobertos. A organização espacial se baseia em volumes construídos em torno de um eixo compositivo de circulação e por espaços de ‘pausa’ abertos e não construídos, resultantes da subtração. Esses espaços estão intercalados entre os volumes construídos.